Antonio Mafra
Tinha um monte de texto do Borges no labirinto das coxias e nas entranhas da cabeça do Lorenzon. Mestres do mistério decidiram tirar de lá palavras. Muito antes, sua atitudes cotidianas ganharam a força da interpretação que o palco requer, exige, solicita, abriga. Na formação consolidada pela avó, lembranças a construir passeios em voos solos de autores pouco visitados pelo teatro. E vieram as cenas. As luzes. Os desafios. Os monólogos. Exercício solitário pra massagear o ego e colocá-lo à prova de si mesmo, e, depois, para tantos outros. Viagens foram necessárias: externas e nos descaminhos que a mente exercita. Na nave que vai sempre adiante, com combustíveis das memórias, equilíbrios, brios, esforços de músculos e neurônios como poucos estão a conduzir nos mares artísticos. Pedra sobre pedra. Mergulhos profundezas. Fogo. Chão, pó, poeira a tecer figurinos improváveis. Nesse costurar de emoções... tanto ainda para interpretar. E um navegante paralelo observa orgulhoso.
© 2014 by