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Holher Mumem 2013

 

Essa história é para você. Que sabe bem o que é  asfixia. Que viveu avalanches vendavais maremotos. Que transpôs o limite da entrega. Que sentiu toda sede e inundou o mar. Que se lançou em labaredas atravessou a noite e se perdeu de vista. Que ofereceu o coração frágil e não quis experimentar armaduras. Que encontrou doçura mesmo em fúria, que acolheu e agradeceu até quando tudo ruiu. Que se abraçou devagarinho e não se soltou mais. Que gemeu estremeceu soluçou e não pôde controlar. Que rasgou o peito se abriu em carne viva pulsante e se expôs para alguém. Que mal assossegou e já voltou a inquietar. Que dançou tempestades e sentiu uma alegria de milagre. Para você que se dissolveu e não foi embora. Que está aqui e não vai e não seca e não silencia e aceita e resiste e se ergue para cair e voar e morrer de amor e continuar vivendo.

 

Essa história é para você e, se ela te fizer sentido, a culpa é sua.

 

 

 

 

 

Até onde se misturam um homem e uma mulher?

Homem e mulher são palavras usuais que evocam seres complementares. Em HOLHER MUMEM, elas se fundem. Geram uma sonoridade incomum, sugerindo uma relação amorosa estranha à vida cotidiana.

Há limite para a fusão amorosa?

Ele e Ela buscam superar a singularidade pela fusão. Esse homem e essa mulher encontram-se em um não-lugar. Eles se misturam, se enterram, se dissolvem. Deixam marcas na história, pegadas no tempo e vestígios nos corpos um do outro evocando o caráter primário e animalesco do amor.

Desejam romper a anestesia que contamina a humanidade contemporânea e encontrar a força que nos aponta o  paraíso perdido.

Diz o poeta:  Sua voz seus olhos suas mãos seus lábios nosso silêncio nossas palavras a luz que vai a luz que retorna um único sorriso entre nós e a noite criando o dia enquanto a gente parece imutável pertencemos a nós e pertencemos ao outro sua boca em silêncio prometeu ser feliz. Longe longe, diz o ódio. Próximo próximo, diz o amor. E o erotismo nos leva para nossa infância. Cheia de ternura. Maravilhado eu vejo a forma humana. Como um diálogo de amantes. O coração tem apenas uma boca. Todas as palavras sem pensamento. Os sentimentos à deriva. E voltamos à nossa vida. O olhar a palavra e porque eu te amo tudo se move e flutua. A gente deve avançar para viver. Seguimos em frente para o amor. Eu vou para você. Eu vou sem fim para a luz.

 

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