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De Verdade 2010

Sobre o Espetáculo

 

Baseado na obra homônima de Sándor Márai, De Verdade traz à tona um homem solitário que assume que não soube se entregar no amor. Nunca se permitiu deixar levar inteiramente nas relações amorosas. Revive a convivência com duas mulheres completamente distintas e tenta compreender porque pouco a pouco as relações foram desmoronando pela falta de coragem de ser e de se entregar.

 

Ao Público

Sempre me comoveu quem reconhecesse seus fracassos.

Um homem me contou, felizmente, quando eu era menino que ele não havia enfrentado o Minotauro.

O Minotauro? Ele me explicou: chega uma hora na vida em que você se depara com seu Minotauro e escolhe se vai enfrentá-lo ou não. Eu não o enfrentei, disse-me o homem.

Engraçado como os pequenos atos marcam nossa história. Este homem era o herói para mim e estava ali, à beira da praia deserta, bem de manhã, confessando suas derrotas para um menino.

Destruía sua imagem potente e idealizada, expondo uma figura frágil, mas franca, verdadeira.

Hoje, quando penso neste homem, sinto-o ainda mais potente, não por suas proezas variadas, mas por ter assumido ao menino que o homem grande também fracassa.

Quando li De Verdade, senti de novo esta força. A força daquele que reconhece, assume, aceita e consegue dizer: fracassei.

Todo fracasso é uma misteriosa vitória.

 

João Paulo Lorenzon

 

 

2014 by

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